Os vilões da saúde bucal estão por todo canto. Alguns já são velhos
conhecidos, como o fumo e as drogas, outros, apesar de terem sua função
para o organismo, podem prejudicar a boca – é o caso dos medicamentos.
Para esclarecer os malefícios de cada uma dessas substâncias, o
estomatologista Wagner Seroli, da Associação Paulista de
Cirurgiões-Dentistas (APCD), explica as consequências do uso e como se
prevenir.
Fumo
O cigarro provoca manchas nos dentes e na língua, reduz a sensibilidade
do paladar, diminui a capacidade de recuperação após uma cirurgia ou
procedimento odontológico e aumenta o risco de doenças da gengiva e de
perder os dentes. Ao se tratar de câncer de boca, os riscos também são
grandes. Associado ao álcool, a chance de desenvolver a doença é trinta
vezes maior. “Apesar de todas as campanhas de combate ao fumo, no Brasil
há cerca de 30 milhões de fumantes”, diz Seroli.
Medicamentos
Segundo a APCD, estimativas sugerem que 40% das pessoas ingerem ao menos
um tipo de medicamento diariamente, que pode prejudicar os dentes. Na
lista desses remédios estão os contraceptivos, medicamentos de câncer,
anti-histamínicos (alergia), remédios para tratamento de asma e xaropes.
“Alguns medicamentos para asma são altamente ácidos e podem afetar o
esmalte dos dentes com seu uso prolongado, já os xaropes contêm muito
açúcar nas formulações, o que aumenta o risco de cáries se o paciente
não escovar os dentes logo após a ingestão”.
Seroli explica que algumas substâncias também costumam reduzir a
produção de saliva, o que causa xerostomia, mais conhecida como ‘boca
seca’. “Como uma das funções da saliva é controlar a população de
bactérias na boca, sem essa proteção, aumentam as chances de a pessoa
desenvolver mais cáries, inflamações e infecções na gengiva, sem
mencionar o impacto negativo no estado geral de saúde do paciente”,
afirma o especialista.
Cocaína
Quando os usuários esfregam cocaína nos dentes e na gengiva, ela resulta
numa solução ácida, e provoca erosão do esmalte dental, ou seja, a
perda de tecido duro da superfície dos dentes. “Essa perda é muito
agressiva e pode desencadear dor, sensibilidade exagerada e comprometer a
aparência do paciente”.
Crack
Fumado em ‘cachimbo’, o crack é muito agressivo à saúde oral. Ao entrar
em contato direto com a boca, a fumaça danifica o esmalte, a gengiva e
os nervos.
Ecstasy
“A droga do ‘amor’ deveria ser conhecida como a droga da ‘dor’”,
considera Seroli. Isso porque o ecstasy predispõe o usuário a sofrer de
boca seca e bruxismo, que é o ranger involuntário dos dentes durante o
sono. “Toda estrutura da arcada dental pode ser prejudicada se não
tratada adequadamente”, alerta.
Metanfetamina
Uma droga altamente ácida e uma das mais agressivas para os dentes, já
que provoca cárie em um curto espaço de tempo. “Outros efeitos incluem
boca seca, bruxismo e problemas mandibulares”.
Alerta para o câncer
Pessoas com mais de 40 anos, que fumam, usam drogas ou bebem muito, precisam ficar atentos a:
- machucados constantes
- histórico de câncer oral na família
- aparecimento de feridas que não cicatrizam dentro de uma semana
- manchas brancas, vermelhas ou pretas
- carnes crescidas, caroços e bolinhas escuras
“Enquanto algumas pessoas manifestam dificuldade para falar, mastigar
e engolir, em estágios mais avançados da doença, no início, os sinais
podem passar despercebidos, daí a importância de um autoexame regular e
visita regular ao dentista”, recomenda Seroli.
Fonte: Terra
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