segunda-feira, 25 de novembro de 2013

COMO FAZER UMA BOA REDAÇÃO DE CONCURSO?

 
O manejo da língua escrita formal por parte dos candidatos, aspirantes às vagas nos concursos, é fator de extrema importância na produção de um texto que atenda às expectativas das principais bancas pelo Brasil. O respeito e a observância à tradição culta da Língua - que se baseia nos mais renomados escritores – é uma prática considerada essencial para quem pretende produzir um texto coeso, coerente, conciso e agradável, a fim de conseguir tão almejada vaga.
 
No Brasil, país que possui evidentes dificuldades e carências em sua rede de ensino que implicam uma escrita pobre da maioria dos alunos, dominar o padrão culto de prestígio da língua torna-se um diferencial decisivo no que tange à Redação Discursiva.
 
Visto isso, alguns temas que pertencem ao universo da tradição gramatical e que devem ser alvos de atenção por parte dos nobres produtores textuais argumentadores serão abordados a partir do próximo parágrafo. Tais Tópicos (quando respeitados) são processos fundamentais para a criação de textos acordo com os critérios de correção adotados pelas principais bancas nos textos dissertativos (argumentativos e expositivos).
 
O primeiro aspecto gramatical aconselhado é a preferência pelas formas verbais simples do pretérito perfeito do indicativo e do futuro do presente do indicativo em detrimento às formas compostas – preferidas pelo uso coloquial da Língua Portuguesa. Afinal, quem não concorda que sempre falamos “eu vou correr no fim de semana”?  A forma que deve ser adotada pelo candidato é “eu correrei no fim de semana”. Isto é, devem-se preferir formas como “amanhã alcançaremos o devido progresso” a “amanhã vamos alcançar o devido progresso”.
 
Ainda em relação aos verbos, o falante da Língua Portuguesa tem forte tendência a equiparar o presente do indicativo com o futuro do subjuntivo (como assim?). “Se analisamos com frieza tal aspecto...”. Esta forma deve ser evitada, pois é condenada pela Norma Culta. A forma de prestígio e de acordo com a Gramática  é “Se analisarmos com frieza tal aspecto...”.
 
Use corretamente também a Voz Passiva pronominal ou Sintética, caso em que ocorre sujeito paciente que sofre uma ação expressa pelo verbo, com a presença da partícula SE. Ou seja, do ponto de vista da Concordância, se existe núcleo do sujeito (mesmo que sofra a ação), o verbo deve com ele concordar. Desse modo as formas que devem ser usadas são: vendem-se carros, Realizam-se melhorias. Afinal, os carros são vendidos e as melhorias são realizadas.
 
Empregue corretamente os conectivos (importantes recursos coesivos), evitando, destarte, formas consagradas apenas pelo uso coloquial, como “na medida que”. O correto, segundo o padrão culto, deve ser “à medida que”. Outro fator muito importante é o valor semântico das conjunções. Devido à semelhança gráfica, algumas conjunções são alvo de confusão por parte dos concurseiros. Por exemplo, porquanto tem valor causal (é igual a porque e não a portanto); posto que e conquanto tem valor concessivo (igual a embora, apesar de que); contanto que é conjunção condicional.
 
Em relação à pontuação, um erro muito presente nas dissertações pelo Brasil é o mau uso da vírgula. A principal regra de vírgula proibida deve ser levada como lei para a prova: não se usa vírgula isolada entre o sistema SVC. Ou seja, não se separa por vírgula o sujeito do verbo, o verbo dos complementos e o núcleo de seus adjuntos adnominais, mesmo que haja uma leve pausa entre a pronúncia de tais elementos. Fato importante a se observar é que tal proibição também se aplica à relação entre Oração Principal e Oração Subordinada, visto que esta é apenas uma espécie de termo que exerce função naquela; logo, também não poderá ser isolada por vírgula.
 
Não se esqueçam de isolar com vírgula (ou travessão) elementos explicativos:  isto é, ou seja, por exemplo, apostos explicativos, adjetivos explicativos, orações adjetivas explicativas. Bem como isolar com vírgula conjunções conclusivas e adversativas: logo, portanto, então, pois, porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia. Emprega-se também a vírgula no complemento deslocado. Em expressões como “No ano passado, estudamos com afinco”. O Adjunto Adverbial de tempo (no ano passado) deslocado deve ser isolado por vírgula se for expressão de grande corpo (três ou mais palavras), expressões curtas têm vírgula facultativa.
 
Os conselhos supracitados são de extremo valor para que uma Redação seja competente aos olhos da banca examinadora; contudo, o candidato não pode deixar de estudar e aprimorar as questões estruturais de seu texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), a coesão textual, as estratégias argumentativas, o uso dos conectores lógico-discursivos, os critérios de legibilidade, a semântica, a produção correta de um rascunho e, principalmente, deve treinar, treinar e treinar.
Fábio Dutra
Fonte:Folha Dirigida

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